segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sunshine

Admito que o verão nunca foi minha estação preferida. Toda aquela beleza im/explícita naqueles dias quentes e ensolarados me deixavam desconcertada, como se cada manhã de sol pedisse um sorriso sincero, implorasse que a alma curasse, que a mente aliviasse e os pedaços voltassem ao seu lugar. Apesar de tudo, a sensação de estar pela metade -ou até vazia - nunca me abandonou. Já a esperança, tinha ido cedo - até de mais.

Foram tantos verões, com a mesma sensação, o mesmo medo, a mesma aflição quando outubro se aproximava, até o momento em que eu resolvi abrir a janela, botar o rosto pra fora, sentir a brisa quente e ver você, ali mesmo, em constante movimento, porém sempre ali, me esperando, me desejando, cuidando de mim. Foi como um pôr do sol ao contrário. Ao invés de me cegar, me abriu os olhos, me abriu o desejo, fez-me sentir menos louca e mais sonhadora, segurando a minha mão e disposta a flutuar aos sete ventos - sete, pra dar sorte - com a pureza do amor e a leveza da música.

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